Polo Naval

Trabalhadores desempregados protestam na BR-392

Entre 5h e 8h, manifestantes bloquearam a passagem de veículos nos quilômetros dois e nove

Atualizada Às 14h48min para acréscimo de informações

Trabalhadores desempregados do Polo Naval em Rio Grande protestaram na manhã desta desta quinta-feira (8), nos quilômetros dois e nove da BR-392. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) contabilizou um engarrafamento de 11 quilômetros e negociou com os manifestantes a liberação dos dois pontos bloqueados. O grupo patiu caminhada até a empresa Yara onde líderes falram sobre o alto índice de desemprego na cidade e a falta de perspectiva de retomada do Polo Naval, principais motivos da ação. O Sindicato dos Metalúrgicos não participou do manifesto, uma vez que representantes estavam em São José do Norte para acompanhar mais demissões da EBR, no total dois mil desde a partida da P-74, em fevereiro. Atualmente, 500 trabalhadores atuam na manutenção de módulos.

Na segunda-feira, a Petrobras anunciou que o casco da plataforma P-71 será feito na China, com a integração dos módulos ocorrendo no Espírito Santo. A estatal fechou com o estaleiro chinês CIMC Raffles contrato para a conversão do FPSO P-71, que será instalado no campo de Sururu, na Bacia de Santos. Mais de 50% da estrutura está pronta no dique de Rio Grande. "O Parente (presidente da Petrobras) havia dito que não tinha mais interesse na P-71 e, de repende negocia com a China a conclusão que está 50% pronto. Isso sópode ser enganação", disse o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Rio Grande e São José do Norte (STIMMMRG), Sadi Machado. A notícia gerou revolta entre os trabalhadores e não está descartado uma grande mobilização.

Em nota oficial a Petrobras disse: "O casco da P-71 será construído pelo estaleiro chinês CIMC Raffles, visto que no momento da licitação não foram identificados no Brasil estaleiros com capacidade de atender a demanda de construir um novo casco deste porte. Com base no planejamento atual, há previsão de atendimento ao conteúdo local do contrato de concessão e o casco tem previsão de entrega no final de 2019. A integração dos módulos da planta de processo no casco está prevista para ser realizada no estaleiro Jurong, no Espírito Santo, onde também está planejada a construção de alguns módulos. Por questões de ordem técnica e econômica, a alternativa de aproveitar os blocos já fabricados não é a que melhor atende aos interesses da Petrobras e de seus parceiros."

Em entrevista à rádio Gaúcha na manhã desta quinta, o prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer (PT) criticou a escolha feita pela Petrobras de construir estaleiros na China por ser mais barato. "Tudo que é feito no país, é melhor para o país." O chefe do executivo lembrou que em 2017 a cidade deixou de arrecadar em tributos R$ 60 milhões com a decadência do Polo Naval. Este valor representava apenas os 27% dos recursos que ficavam em Rio Grande. "O Polo Naval não só é bom para a cidade, mas para todo o Estado. Esperávamos muito mais do governador, que é do mesmo partido do presidente Temer, na luta pela manutenção da indústria naval. Toda a mobilização foi derrubada." 

Lindenmeyer citou o compromisso da QGI com os prazos de entrega das plataformas, diferentemente do que ocorreu com Ecovix, fatos que para o chefe do executivo, precisam ser investigados. "Outros países enfrentaram crises e não derrubaram suas indústrias", ressaltou. Para não virar sucata, o prefeito disse que uma empresa terceirizada tem interesse no canteiro de obras da Queiroz Galvão e Iesa. Já Ecovix busca alternativa para a utilização do seu parque industrial. 

 

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